No início deste mês, a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), adiou o prazo para implantação da tecnologia 5G – de 31 de julho, para final de setembro – nas capitais brasileiras. E isso está virando assunto para debate nas corporações, ansiosos para desenvolverem novas tecnologias e atenderem às novas demandas. Em relação ao público final, espera-se conexão mais barata e maior conectividade, em qualquer região do Brasil (o fato é que o 4G não entrega isso).
Acreditem, muitos municípios do país, nem sequer, têm conexão 4G. A chegada do 5G deve servir de alerta ao público. Nosso país é considerado o “campo da fraude”. Só em 2021, o Brasil evitou quase R$6 bi em fraudes, afirma o Mapa de Fraudes da ClearSale. Com a chegada do 5G isso se torna mais preocupante, por muitos motivos.
Por ser mais barato (expectativa), a tendência é de maior amplitude de cobertura, mais conectividade, levando realidade virtual a lugares distantes, como zona rural, por exemplo. Com esse aumento da cobertura haverá mais usuários na rede móvel, o que pode torná-los vulneráveis a fraudes e ataques cibernéticos de manipuladores.
Manipulação: ato que consiste em má-fé humana, aproveitando-se da ingenuidade e/ou desconhecimento da vítima para persuadi-la, obtendo dados necessários para cometerem fraudes, como: emissão de cartões de créditos, empréstimos financeiros, compras e-commerce, etc. Com a tecnologia 5G é possível que esses golpes sejam cada vez mais praticados. Entre eles estão:
Pretesting – envolve pretexto ou situação criada pelo invasor a fim de atrair a vítima e induzí-la a fornecer informações privadas.
Baiting – É a famosa “Isca”. Os hackers infectam seu dispositivo com links de acesso, para obterem informações.
Phishing – normalmente utiliza-se de e-mail falso. O hacker cria mensagens convincentes de uma loja famosa, instituições financeiras ou até governos. Tudo termina em uma solução que envolve o download de um anexo. Ao abrir, você iniciou o processo de instalação de malware (software desenvolvido para causar danos em seu dispositivo).
Segundo pesquisas realizadas pela Strategic Security Survey, existem dados alarmantes e já demonstram a importância em conscientizar o público final sobre os riscos.
Outro processo de maior atenção é o Onboarding (tradução= Embarcar). Para evitar acesso de fraudadores, é necessário um aumento no processo de confirmação de identidade, em qualquer segmento, isso será de grande importância ao cliente final na hora da compra.
No mercado financeiro, as empresas devem esperar um aumento significativo nas transações via mobile, portanto, aumento no risco de fraudes. Isso requer investimentos em tecnologias mais robustas, considerando análise de dados e perfil do cliente. É necessário que as empresas assumam o papel de “agente social” junto ao público final, levando informações e conhecimentos aos seus clientes.