Investimentos chegarão a R$100 milhões. Segundo o CEO da divisão, Paulo de Tarso, o objetivo é atrair talentos e formar profissionais com base na prática.
A XP Educação, divisão educacional da XP Inc.(também chamada Faculdade XP), oferece cursos de graduações gratuitas em tecnologia e conta com um dos componentes que é a aquisição do Instituto de Gestão em Tecnologia da Informação (IGTI), desde novembro do ano passado e possui reconhecimento do Ministério da Educação (MEC).
“É a realização de uma ideia de 20 anos”, contou Paulo de Tarso.
Segundo Tarso, agora se amplia a atuação da divisão educacional para formar investidores e profissionais de tecnologia, ou “talentos digitais”.
“A motivação tem muito a ver com duas dores. A primeira é que tem sido cada vez mais difícil contratar profissionais de tecnologia. Isso tem colocado pressão muito grande nas empresas e o mercado fica desequilibrado”, pondera o executivo. “E para piorar a equação, os poucos que se formam não chegam ao mercado com um patamar mínimo e satisfatório. Temos um problema de quantidade e qualidade.”
Inicialmente, serão cinco cursos – Sistemas de Informação, Ciência de Dados, Análise de Desenvolvimento de Sistemas, Banco de Dados e Defesa Cibernética – com 80 vagas cada, somando 400 alunos convocados no primeiro edital (o plano é ter dois editais por ano). A meta da XP Educação é saltar de três mil para 10 mil alunos até o fim de 2022.
Competição ousada
“Para a graduação precisamos atrair pessoas de alto potencial, e o modelo anywhere vai permitir trazer talentos de qualquer lugar do Brasil. Nossa ousadia é que se ele passar no vestibular de uma universidade pública e no nosso processo seletivo, ele escolha a XP.” Explica Tarso.
Toda essa confiança vem de metodologia inovadora e diferente do padrão de mercado, baseado em praticidade, conexões e ecossistema. O ensino será de forma assistida “ao vivo”, com professores capacitados. “É um modelo que tem muita interatividade. Aprende como se já estivesse trabalhando”, diz Tarso.
A criação da escola é inspirada no conceito de “employer university”, mais comum nos Estados Unidos e criada por grandes empresas de tecnologia como Google e Amazon – embora nesses exemplos não ofereçam cursos de graduação, mas de pós-graduação. É um exemplo mais corajoso que permite aos profissionais ainda em formação criarem um espírito empreendedor, explica o CEO.
O CEO da XP Educação espera contratar entre 50% e 80% dos alunos formados. Garante que não haverá obstáculos para alunos que queiram procurar ofertas de empregos em outras empresas.
Seleção de talentos
O desafio de Tarso é selecionar as 400 primeiras pessoas. Será algo muito competitivo, além de lógicas de conteúdo, envolverão:
- Questionário discursivo sobre valores e lições aprendidas;
- Capacidade de aprendizagem;
- Adaptação ao modelo a distância e teste de múltipla escolha.
Serão 200 candidatos por vaga, aproximadamente, isso requer um processo de triagem muito mais seletiva, tudo através de uma empresa especializada, afirma.
Garante não haver necessidade de conhecimento prévio em programação ou tecnologia. E para garantir a diversidade dos selecionados, metade das vagas seriam para ampla concorrência e a outra afirmativa.
Não será colocado em questão fatores socioeconômicos, trata-se de oportunidade e desempenho, e não quem pode pagar, explica o CEO da XP Educação.
“Meu sonho é criar um modelo que dita um novo padrão de educação profissional”, diz Tarso, dizendo que a união do modelo de ensino simbiótico à XP com o processo seletivo permite esse objetivo. Apesar disso, admite que é preciso “ter a humildade de dizer que ao longo do caminho vamos aprender muito”.
Fonte: itforum.com.br