Apesar de vivermos na era digital, os materiais impressos ainda fazem parte de nosso cotidiano. Na hora de imprimir aquele panfleto, banner, ou até mesmo um documento, é importante saber quais são as medidas dos papéis que iremos usar.
Você já se perguntou porque essa definição de padrões? Ou quem teve a ideia dos nomes e medidas para cada folha?
Em 1768, o escritor, filósofo e matemático alemão Georg Christoph Lichtenberg achava as medidas de papéis muito diferentes, e começou a pensar em uma forma de pradonizá-las com o objetivo facilitar a vida de todos. O estudioso pensou que se todas as folhas tivessem a mesma razão, poderiam ser dobradas sem problemas que influenciassem no conteúdo da obra. A proporção dos lados do papel seria a mesma, independente do tamanho.
No início do século XX, Walter Porstmann colocou em prática a ideia do cientista alemão. Porstmann padronizou todos os tamanhos de papel, com a norma introduzida pela DIN, em 1922. Isso daria lugar a uma vasta variedade de formatos que eram usados na época.
A DIN ( Deutsches Institut für Normung e.V) é o orgão da Alemanha que padroniza várias técnicas e está sediada em Berlim. Essa organização pode ser classificada como uma “ABNT alemã”, pois também é responsável pela padronização de normas e técnicas usadas em diversas outras áreas.
A DIN 476, normatização das medidas dos papéis publicada em 1922, foi rapidamente aderida por vários países. Antes da Segunda Guerra Mundial, ela passou a ser usada pela:
- Bélgica (1924);
- Países Baixos (1925);
- Noruega (1926);
- Suíça (1929);
- Suécia (1930);
- União Soviética (1934);
- Hungria (1938);
- e Itália (1939).
Durante a Guerra, Uruguai (1942), Argentina (1943) e Brasil (1943) também adotaram o padrão normatizado na Alemanha. Depois do acordo para o fim das batalhas, a DIN 476 se popularizou ainda mais. Vários países passaram a usar o novo padrão de medidas de papéis, veja:
- Espanha (1947);
- Áustria (1948);
- Romênia (1949);
- Japão (1951);
- Dinamarca e Checoslováquia (1953);
- Israel e Portugal (1954);
- Reino Unido e Iugoslávia (1956);
- Índia e Polônia (1957);
- Venezuela (1962);
- Nova Zelândia (1963);
- Islândia (1964);
- México (1965);
- África do Sul (1966);
- França, Peru e Turquia (1967);
- e Chile, juntamente com a Grécia (1968).
Nos anos seguintes, outras nações também aderiram a nova padronização, como :
- Zimbábue e Singapura (1970);
- Bangladesh e Tailândia (1972);
- Barbados (1973);
- Austrália e Equador (1974);
- e Colômbia e Kuwait (1975).
A DIN 476 tornou-se tão popular que foi estabelecida como padrão ISO em 1975, e também como o formato de documentação oficial das Nações Unidas. A DIN 476 então passaria a se chamar ISO 216.
Mas EUA e Canadá não gostaram de todas as regras impostas e escolheram como padrão o papel de carta ( US Letter). Países como Filipinas, México e Colômbia adotaram ao ISO 216, mas o uso do papel de carta (216mm × 279mm) ainda é bastante comum.
Para as nações que aceitaram a padronização, todos eles teriam de produzir e distribuir apenas o que estava dentro do que foi acordado. A mais comum delas é A4 (tamanho padrão das folhas sulfite), mas outras também existem.
Repare que quanto maior o número que o nome ganha, menor é o tamanho da folha. Por enquanto, EUA e Canadá ainda não são adeptos do padrão, que já pode ser considerado mundial, e por enquanto não há indícios de que os dois países da América do Norte irão aderir ao ISO 216.
Mas isso não foi problema para o padrão se tornar famoso em território americano ou canadense, pois programas de edição de imagem e até mesmo diagramação que possuem origem norte-americana (Photoshop e InDesign) usam como base esses tamanhos de folhas.
A ideia de vários países se unirem ao para a padronização nas medidas dos papéis foi uma ação bastante inteligente, pois desse jeito o trabalho de vários profissionais pode ser mais fácil. Não seria necessário trabalhar em projeto e depois mudar as configurações dele para um outro tamanho de papel.
E mesmo que tenha mudar o papel, as medidas de todos os tamanhos usados no padrão ISO 216 permitem uma fácil adaptação dos documentos. Resta saber se EUA e Canadá irão se juntar ao resto do mundo e entrar de vez na padronização, ou vão continuar usando o já conhecido US Letter. Essa ação não influencia na reputação dos dois países, mas seria conveniente eles globalizarem os trabalhos produzidos por lá. Isso traria melhorias para todos.
Fonte: ShowMeTech