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O novo normal (Normal?)

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O Novo Normal. (Normal?)

Tenho visto a maior parte dos profissionais de todos os setores propalando e comemorando que entramos em um “novo normal”, com as pessoas respeitando-se mais, trabalhando no conforto de suas casas, no já tão famoso “home office”, nas aulas on-line, não confundir com EAD, e que este é, segundo alguns, o início de um novo avanço da nossa humanidade, o primeiro passo.

Penso que tudo isso pode ser analisado também, por algumas outras visões deste imenso caleidoscópio que é a “evolução da humanidade”. Senão vejamos: as pessoas estão mais distantes, sim, mas por respeito ou por medo? Amigo meu espirrou dentro de uma estação do metrô, alérgico à poeira que é, e quase foi trucidado pelos olhares dos que estavam à sua volta, alguns deles chegando quase a pular para trás quando rapidamente se afastaram.

O home office é muito bom e proveitoso para as empresas em especial no que concerne à custos e para os profissionais que dele se utilizam, na maioria dos casos, é voz comum que aumentam a produtividade, mas de maneira geral acabam também dizendo que trabalham mais horas do que o faziam nos ambientes de escritório. Então, como fica o convívio com os colegas, a troca de experiências, a parada para um breve cafezinho que serve, na realidade, para dar vazão à pressão do dia-a-dia? Isso tem resultado num aumento considerável do estresse experimentado por muitos.

Da mesma forma temos os casos dos alunos estudando em casa, com os devidos paralelos intuitivos, ou seja, o lanche ou merenda no lugar do cafezinho, o convívio, as brincadeiras, os caminhos de ida e volta das aulas diárias, etc., etc…

Agora gostaria de unir estes dois pontos e abordar um terceiro resultante que é o aprendizado profissional. De que maneiro vamos conseguir que um estagiário, por exemplo, ganhe experiência para tornar-se um profissional capacitado a exercer uma profissão na modalidade home office, sem o contato com os de maior vivência? A essência do estágio é e sempre foi do “aprendiz”, em contato e sob análise permanente, acumulem experiência para que possam evoluir e crescer profissionalmente.

Devemos ter em mente que a raça humana, desde os primórdios, sempre foi um ser gregário, ou seja, que só sobrevive e, aliás, foi o que fez com que sobrevivesse e dominasse o planeta, quando em grupo aprendendo e ensinando, acompanhando e “vendo” o que outra está fazendo, usando os cinco sentidos, tateando em volta. Vale lembrar que por causa disso enviamos homens à Lua e projetos estão caminhando para envios a Marte e até à gelada Enceladus, uma das luas de Saturno, que segundo a NASA, tem potencial para abrigar vida.

É claro que tudo o que acontece nos ensina como viver e sobreviver numa nova realidade, mutante a cada dia, que ao longo dos milênios temos aproveitado para evoluir e viver mais e melhor, mas nunca a humanidade conseguiu isso em uma “virada de chave”, numa guinada radical que fosse contrária aos princípios e instintos mais básicos e primários que foram as bases para que nos tornássemos esta “espécie” fantástica, presente em todos os continentes e cantos da terra!

W.B.Moretti

08/09/2020

 

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